Recém-graduados em ciência da computação nos Estados Unidos estão enfrentando taxas de desemprego entre 6,1% e 7,5%, mais que o dobro dos índices observados entre formados em biologia e história da arte. Os dados constam de um estudo divulgado pelo Federal Reserve Bank of New York e foram destacados em reportagem do TechCrunch publicada às 11h59 (PDT) de 10 de agosto de 2025.
A situação tem surpreendido quem ingressou na área atraído pela promessa de altos salários iniciais. Um exemplo é Manasi Mishra, 21 anos, recém-formada pela Purdue University. Depois de ouvir durante a graduação que poderia iniciar a carreira com remuneração de seis dígitos, ela conseguiu apenas uma entrevista — para trabalhar em uma unidade do Chipotle — e não foi contratada.
Outro caso citado pela matéria é o de Zach Taylor, formado pela Oregon State University em 2023. Desde então, ele se candidatou a quase 6 mil vagas no setor de tecnologia, participou de 13 entrevistas e não recebeu ofertas. Até mesmo uma tentativa de emprego no McDonald’s foi rejeitada por “falta de experiência”.
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Segundo estudantes e recém-formados, dois fatores explicam o cenário: o uso de software de inteligência artificial (IA) que elimina postos júnior de programação e as sucessivas demissões anunciadas por gigantes como Amazon, Meta e Microsoft. Esse movimento criou o que eles descrevem como um “ciclo vicioso da IA”: candidatos recorrem a ferramentas automatizadas para enviar currículos em massa, enquanto empresas utilizam sistemas semelhantes para descartar perfis em minutos.

Imagem: Getty via techcrunch.com
Apesar das dificuldades, Mishra conseguiu uma colocação profissional após enviar uma candidatura espontânea e divulgar no TikTok vídeos sobre o mercado de trabalho estagnado para formados em ciência da computação.
Com informações de TechCrunch